sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Os artistas de circo.
Os artistas de circo.
Mais uma vez os inefáveis vassalos de passos e portas naquela que talvez ainda seja a casa da democracia, esforçaram-se por celebrar um indicador macroeconómico. Trata-se do deficit em função do PIB, ser mais baixo daquele que havia sido negociado com a troika.
Há, nesta abordagem astuciosa e deturpada efectuada pelo governo e vassalos, três questões que merecem ser tratadas com mais detalhe.
Primeiro, o valor do deficit em percentagem do PIB foi negociado e renegociado por duas vezes. Inicialmente, o valor acordado entre o director de falências de Portugal, ou seja, passos coelho, e os abutres representantes dos mercados, também conhecidos por troika, estipularam o valor em 3%, claramente irrealista e estúpido, este valor foi recalibrado para 4,5%. Como as políticas austeritarias apenas fomentam a crise, e como o deficit aqui apresentado é função do PIB, com a redução deste, o esforço para atingir o deficit negociado tornasse verdadeiramente herculeano, a expensas da maioria dos portugueses e o seu empobrecimento. Mas tornou-se claro que a tal espiral recessiva que o governo hipocritamente e criminosamente nega, que 4,5%, ainda assim era impossível, e como tal fixa-se um valor de 5,5%. Desta vez inegociavel e irrevogável. Algo que talvez Paulo portas não tenha percebido.
Assim, o governo celebra o festim da negociata, de quanto iriam roubar aos portugueses, se mais, muito ou ainda muito mais, prevaleceu qualquer uma delas. Foi martelando com os abutres o valor apropriado para ter um pequeno raio de sol, de forma a multiplicar ad nauseum a sua veia propagandística.
Em segundo, o governo já quase no fim do ano tira um coelho da cartola, como esta frase me dá vontade de rir. Inventa um regime fiscal de perdão de coimas, custas e juros a quem pagar as suas dividas fiscais, até ao fim do ano.
Esta medida claramente extraordinária, para além de beneficiar o infractor representa 0,8% do PIB em termos de arrecadação de receita fiscal. Ou seja, caso esta medida não tivesse existido, o PIB seria superior em 0,8%, o que quer dizer 6,3%. Muito longe do festim hipócrita e sarcástico que o lamentável teatro da ignomínia e fantasia diletante persiste em ser mantida.
Por fim, em terceiro, este deficit é alcançado à custa de um enorme, desproporcionado e desnecessário sacrifício dos portugueses, principalmente os mais desfavorecidos e jovens.
Esta "vitória" do governo é conseguida à custa da emigração de milhares e milhares de portugueses, que um director de falências mandou despachar para o estrangeiro.
Este governo regozija-se pelos 16% oficiais de desempregados, com o aumento exponencial do subemprego, do emprego não declarado, de quase metade dos jovens portugueses não terem qualquer perspectiva de emprego, das desigualdades sociais terem crescido ainda mais, do sistema nacional de saúde estar a ser desmembrado à vista de todos os portugueses.
Este é o maravilhoso déficit do país dos monopólios da energia, que sugam a energia da verdadeira iniciativa empresarial, de alguns políticos corruptos que saltam do público para o privado fazendo fortunas à vista de todos. Um país de estranho ministério público.
Sim, mas o governo celebra, a troika celebra, os mercados, quais parasitas encontram em Portugal o perfeito hospedeiro para chupar até estragar.
Enquanto isso a especulação financeira é celebrada, elevada ao areópago de divindade, e o trabalho é reduzido à sua máxima insignificância, com instituições que apenas anestesiam e ludibriam os verdadeiros problemas sociais.
Lutemos, lutemos com nossas forças, revoltemo-nos com este sistema indigno e perverso. Cidadãos castrados nunca. ECONOMISTA CASTRADO TAMBÉM NÃO!
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