sábado, 15 de março de 2014

Bem vindos à nova sociedade neo liberal

O neo liberalismo pauta-se pela apologia do indivíduo, em detrimento do colectivo. O sucesso é sempre do "eu" e só o "eu" consegue ser verdadeiramente livre. A intervenção do Estado representa uma diminuição da liberdade individual. A existência de um Estado que cobra impostos para diversos fins inclusivamente para uma melhor redistribuição da riqueza é um atentado liberdade individual. Este é o discurso maldito de Passos Coelho, medíocre aluno de Hayek e Friedman. O discurso pseudo moralista de Passos Coelho entronca num modelo de sociedade viabilizando o devedor, e divinificando o credor.Este desiquilíbrio relacional gera uma completa deturpação das funções do Estado. O endividamento de Portugal está mais relacionado com uma anacrónica construção do que propriamente a irresponsabilidade de alguns políticos, sendo esta também verdadeira. A melhor arma que o socialismo pode atirar a este neo liberalismo criminoso é responsabilização e democracia. Sem uma forte responsabilização da boa gestao dos fundos públicos, o primado da Lei, e uma sólida democracia representativa, livre e prestadora de contas, os predadores do neo liberalismo continuarão a encontrar razões para discursos moralistas errados, é certo, mas ilusoriamente convincentes. O neoliberalismo na sua essência, facilita a acumulação de capital, tornando os ricos mais ricos, os pobres mais pobres, e a classe média dentro de um colete de forças,lutando pelas migalhas de pão, chamando-lhe de competitividade. O neo liberalismo cria a ilusão à classe média que um dia também pode ser rico, usufruir da acumulação desproporcionada de capital. É precisamente essa ilusão que mantém o sistema neoliberal vivo. De vez em quando aparece-nos uma história de sucesso de alguém que subiu a pulso, e entrou na classe dos ricos. Só possível neste regime pela liberdade individual que concede contra o Estado predador. Nada mais que ilusões. A um candidato a rico com sucesso, milhares de pessoas são atiradas para a pobreza, milhões são simplesmente exploradas pela sociedade da acumulação de capital. Hayek, a grande figura do neoliberalismo do século xx e fonte inspiradora da quadrilha política que lidera a europa e que parasita os partidos sociais democratas e socialistas, de uma forma grosseiramente hipócrita, no seu livro "O caminho para a servidão" defende a existência de um rendimento mínimo garantido pelo Estado para os mais desfavorecidos, reconhecendo a ineficiência do mercado livre como veículo de geração de riqueza equilibrada. É neste cenário sombrio que Passos Coelho desenvolve a sua ideologia para Portugal. Cada letra, cada vírgula do seu discurso é uma imposição de um tipo de sociedade para Portugal. Parasitando um partido na sua marca institucional de social democrata, Passos Coelho e a sua quadrilha ideológica, através da mentira e da manipulação chegaram ao poder. Nem sequer tiveram coragem, engenho ou arte de formarem um novo partido. O partido neoliberal português, assim os portugueses sabiam ao que vinham. Um conjunto de personalidades portugueses assinaram um oportuno e necessário manifesto para a restruturação da dívida portuguesa, estando ela da forma que está destruindo Portugal, atirando milhares para o desemprego permanente, emigração e sofrimento em geral. É nestas ocasiões que os Passos coelhos deste país vêem a terreiro estupidificar esta proposta, com o mesmo discurso moralista de sempre, de termos vivido acima das possibilidades e que agora temos de sofrer. Nada mais falso. Não vivemos acima das possibilidades, como também não temos que sofrer. Apenas restruturar a dívida, libertar espaço para a economia crescer, e parar com o roubo institucionalizado aos reformados e aos funcionários públicos. Carlos moedas, secretário de estado deste grupo de incompetentes, ligado aquele bando de vigaristas da Goldman Sachs, disse que este pedido de restruturação é triste. Triste é este país que se permite a ter governantes desta categoria. É que sabem, uma restruturação da dívida certamente que mexerá com os interesses da Goodman Sachs, e dos donos do mundo num regime neoliberal, o sistema bancário. E isso mexe com Carlos moedas, e ele fica triste.

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