domingo, 24 de março de 2013
Uma crise de valores
Da crise financeira, bancária, das artimanhas especulativas, rapidamente a doença alastrou-se e corroeu e corroi a economia. Crise de dívida soberana, sob a falsa capa de um Estado Social gordo, para salvar os gordos da banca que aguentam a grande farsa histórica e social a que estamos a assistir.
Não há crise do Estado social, ele emergiu em força no pós guerra, em países hoje desenvolvidos e quando havia muito menos dinheiro disponível, trazendo um nível de vida nunca antes experimentado, por ser, tão universal e transparente. A crise é a crise da mentira, liderada por multinacionais evasivas que corrompem o sistema politíco, que vai também beber desse eldorado hipócrita e cínico. Quantos políticos transitam de um cargo público tutelar para empresas com interesses directos nessa tutela.
O sonho de Beveridge, Keynes, Jean Jaures, Polyani, entre muitos outros está esquecido.
Interessa hoje manter o sistema da ganância e especulação financeira activo, para tornar a rodar outra vez o ciclo vicioso desta economia fedorenta e rasca, soprar outra vez na bolha especulativa, seja imobiliária, seja qual for, deixá-la crescer, regá-la, até que ela rebente, nessa perfeição assimétrica de mercados levados à loucura insana, até uma nova crise de dívida, até encontrar novos pobres, novas esperanças perdidas nos jovens e senhores de meia idade, até roubar as pensões daqueles que o outuno da vida beverdgiano trouxe alguma esperança, dos desempregados em massa, anestesiados por redes caritativas, subsídio minimalista e famílias exauridas.
Para que seja possível mudar a roda do destino fatal, urge destruir a roda, essa hedionda roda da especulação, do ciclo vicioso, há que arrepiar caminho. Mudemos as instituições, coloquemos as instituições ao serviço das pessoas e não ao serviço dos interesses financeiros.
A crise não é financeira ou económica, a crise é uma profunda crise de valores Humanos.
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