Sim...estamos aparentemente a assistir de camarote a um fenómeno histórico que condicionará a Europa, e o seu papel no mundo nas décadas vindouras.
A centralidade da Europa, como um continente decisivo, impositivo, dinâmico e dominador foi seriamente afectado na 1ª metade do século XX com o rescaldo das duas grandes guerras, empurrando a centralidade para os ex colonizados EUA.
Contudo, no pós segunda guerra, as relações materiais e imateriais entre a Europa e os EUA, a tipificação de uma sociedade social assente num Estado presente, em mercados regulados e especulação financeira domesticada, as diversas independências africanas justas, mas anarquicas, a emergência de novas potências económicas, baseadas em modelos de desenvolvimento alicerçadas em dumping social, a dependência em combustíveis fósseis, mantiveram a capacidade da Europa sonhar, sonhar ao ponto de constituir uma moeda única, que neste momento, poderá ser a causa próxima do seu próprio desmembramento, qual "hara-kiri", infligido, por uma mentalidade económica e social de políticos ineptos, sem ideologia, sem história, e sem saber.
Desde os tempos imemoriais do império romano que a Europa foi-se espalhando, procurando dentro das suas próprias diferenças, pontos em comum, a dominação militar e dos recursos económicos dos povos e continentes vizinhos. Mas também uma moeda comum, leis comuns até as raízes de uma religião comum.
Desde o desmembrar do imperio romano, e a fixação de novas geografias administrativas, que as convulsões na Europa não pararam.
Constantes guerras, não foram capazes de dizimar uma Europa, que foi a Europa dos descobrimentos, do progresso científico, das universidades, da revolução francesa, do renascimento, da revolução industrial, de guerras infinitas, e o centro de duas grandes guerras que puseram o mundo em alvoroço à beira do seu próprio abismo.
É esta mesma Europa que em pleno século XXI institui o EURO, uma moeda única a 17 países, que não consegue salvar a Grécia, coloca Portugal em sentido com medidas de austeridade.
Esta mesma Europa do Parthenon de Atenas, e do Coliseu de Roma, que não consegue domesticar mercados gananciosos, consituídos por Bancos dos seus próprios Estados, fundos de diversa origem e feitio, da longínqua Ásia, até aos petro-dólares, ávidos de rentabilizar as suas enormes poupanças, à custa da desindustrialização europeia e falta de engenho e arte de procurar alternativas aos combustíveis fósseis.
Esta mesma Europa que geme diariamente com os permanentes ataques dos mercados aos países fragilizados.
Com a Alemanha, o BCE à procura de um milagre, completamente fossilizados no tempo e em ideologias que apenas servem para agravar os problemas existentes.
Por isso, estamos de facto a observar, qual geração privilegiada, e no centro das nossas casas, pela televisão adentro, o princípio do fim de uma civilização, simbolicamente iniciada pelo país pai e mãe da civilização ocidental, a Grécia.
Se nada for feito, se não mudarmos a estrutura das nossas organizações, a mentalidade dos nossos políticos e acima de tudo a mentalidade das pessoas que elegem este políticos, é a isto que vamos continuar a assistir, mas enfim... no princípio era o Verbo... será sempre assim????????
Precisamos de uma Europa que faça a síntese de Keynes e Beveridge (A Europa Social) e Schumpeter (saltos tecnologicos para um novo desenvolvimento), mas agora que chegue a todos e volte-se a espalhar pelo mundo...
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