terça-feira, 29 de novembro de 2011

A curva de Laffer (Os impostos em Portugal)

Curva de Laffer
De acordo com um estudo da empresa de consultoria de recursos humanos Mercer, a Alemanha ocupa a terceira posição no ranking dos maiores custos de mão-de-obra da Europa. Com uma média de 50,4 mil euros por empregado por ano, a Alemanha só fica atrás da Bélgica (53,6 mil) e da Suécia (52,8 mil).
Na Alemanha não existe salário mínimo no entanto segundo um estudo do Eurostat, realizado em 1 de Janeiro deste ano e por comparação, o Luxemburgo está em primeiro lugar no que respeita ao salário mínimo europeu, com 1.642 euros brutos por mês.
A Irlanda no entanto e para termos um termo comparativo mais corrente está com 1.462 euros de salário mínimo mensal e até a Grécia tem um salário mínimo de 862€.
A nossa observação neste Post , não se prende com o salário mínimo.

A nossa observação prende-se com o nível absolutamente exorbitante de carga fiscal existente em Portugal.
Portugal tem um salário mínimo que não chega aos 500€ e no entanto paga neste momento impostos ao mesmo nível da Alemanha.
Em Portugal não existe na verdade neste momento “ Politica Fiscal “ mas sim “esbulho fiscal “ declarado.
Só para que exista uma percepção da realidade nos seis anos de governação do nosso Engenheiro Relativo , “só o IVA” aumentou 21% de 19% para 23% e nos últimos 15 em 35%.
http://www.youtube.com/watch?v=BDwSzZAYRMU&feature=related
Esta festa está contudo a acabar … e muito provavelmente vai acabar mal
A curva de Laffer é, em economia, uma representação teórica da relação entre o valor arrecadado com impostos por um governo e todas as possíveis razões de taxação. É usada para ilustrar o conceito de "elasticidade da receita taxável ". Para se construir a curva, considera-se o valor obtido com as alíquotas de 0% e 100%. É óbvio que uma alíquota de 0% não traz receita tributária, mas a hipótese da curva de Laffer afirma que uma alíquota de 100% também não gerará receita, à medida que não haverá qualquer incentivo para o sujeito passivo da obrigação tributária receber ou conseguir qualquer valor. Se ambas as taxas - 0% e 100% - não geram receitas tributárias, conclui-se que deve existir uma alíquota na qual se atinja o valor máximo. A curva de Laffer é tipicamente representada por um gráfico estilizado em parábola que começa em 0%, eleva-se a um valor máximo em determinada alíquota intermediária, para depois cair novamente a 0 com uma alíquota de 100%.
Um resultado potencial da curva de Laffer é que aumentando as alíquotas além de certo ponto torna-se improdutivo, à medida que a receita também passa a diminuir. Existe uma hipotética curva de Laffer para cada economia. Este conceito é importante na medida em que do nosso ponto de vista já estaremos ou no limite ou para lá dele com o aumento de impostos que se vai verificar o que a ser real se traduzira potencialmente numa diminuição de receita e não num aumento como poderá vir a ser constatável durante o próximo ano de 2011.




Curva de Laffer
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Fonte:
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Market Trend

Cumprimentos

José AB Machado

terça-feira, 1 de novembro de 2011

E a Procura Álvaro ??? A Economia pelo lado da Procura

Mais uma vez os executores de políticas neo-liberais consubstanciada no pensamento neoclássico e monetarista querem atirar areia para os olhos dos portugueses.
Tem-se dado algum ênfase à questão da meia hora suplementar diária sem a respectiva retribuição, bem como, a contínua precarização das relações laborais com a diminuição de indemnizações por despedimento, contando a partir de hoje (1 de Novembro de 2011) apenas 20 dias por ano para efeitos de indemnização, com um tecto de 12 meses, entre outra legislação. Por isso, hoje é um dia triste para os trabalhadores, para os trabalhadores dedicados, assíduos, que lutam diariamente pelo seu posto de trabalho e pela empresa onde deixam várias horas diárias do seu tempo. Para aqueles trabalhadores que vêem na formação contínua, não uma obrigação, mas uma forma de melhorar a produtividade, e progredir na carreira, almejando uma remuneração melhor.
Mas para este governo, aliás para esta europa, importa é atacar o salário, direitos que nos sinalizam que não somos máquinas, mas somos homens e mulheres com família, amigos, com anseios, desejos...em suma vidas....
O que nos traz este capitalismo terrorista (tenho mais receio dos mercados financeiros e dos seus protagonistas do que os Bin Laden's que andam por aí), é o ataque constante e permanente das bases sociais que fomos construindo desde o pós guerra, e Portugal, após o 25 de Abril.
A sociedade que está sendo criada agora, é uma sociedade que se irá caracterizar pela inveja, o vale tudo, a ganância, a supremacia já patente do capital, sobre o trabalho, menos cuidados de saúde, menos educação pública, uma erosão demográfica, que não haverá memória, com consequências intergeracionais trágicas.
Mas estes senhores do governo acham que aumentar meia hora por dia nas empresas é uma lufada de ar fresco na competitividade das empresas (ministro Álvaro dixit). Mas qual competitividade,  quem haverá para comprar os produtos a mais produzidos por essa meia hora adicional, se não há salários.
Com 13% de desempregados é completamente irrelevante esse aumento de meia hora, simplesmente não há procura para isso, e apenas permitirá aumentar o desemprego.
Internacionalmente, o impacto nos bens transacionáveis é igualmente irrelevante. Com queremos competir ? Com os Chineses ? Então haja coragem e reduzam os nossos salários para 50 euros mês. Acabe-se com a segurança social, o sistema nacional de saúde e a escola pública. Assim seremos competitivos.
Esta crise é uma crise de confiança gerada pelo capital especulativo mundial que está a dar cabo da economia.
Apenas restaurando a confiança nos Estados, e não nos mercados é que podemos desconstruir este ciclo vicioso.
Apenas com políticas activas do lado procura, restituindo capacidade creditícia responsável, parando a erosão salarial, domesticando os mercados financeiros, taxando convenientemente o capital, acabando com a indepêndencia do BCE e alterando os seus estatutos, investimento público sectorial, e dedicado, apoio à inovação investigação e desenvolvimento, maior integração das universidades e melhor financiamento, é que podemos atacar verdadeiramente os verdadeiros cancros da sociedade, os milhares e milhares de desempregados, precários e a malfadada erosão salarial, senão continuaremos a adicionar austeridade em cima de austeridade, para gaúdio do capital financeiro.
Portugal vai assim alegremente empobrecendo, paliativo aqui, paliativo ali.
Mas este capitalismo, como já profetizara Marx, encerra em si mesmo a semente da sua própria destruição, mas a que preço ???