sábado, 5 de janeiro de 2013

Um governo de miseráveis

BOM ANO 2013! Um governo de miseráveis, conjugado por lideranças europeias igualmente miseráveis, hipotecam qualquer ilusão de aproximação de Portugal aos melhores indicadores dos países mais avançados da União. Lembro-me bem das palavras chave de há poucos anos atrás, das famosas políticas de convergência europeias, de forma a aproximar o nível de vida dos portugueses aos melhores padrões europeus. Uma ilusão, uma mentira. Uma ilusão, porque com a baixa histórica das taxas de juro,o país endividou-se. Cresceu, criou rendas monopolistas para os parasitas do poder, e através do endividamento, foi criando uma ilusão de crescimento. Contudo, paralelamente, e fruto do fenómeno da globalização, Portugal foi perdendo capacidade produtiva. Em particular o sector industrial mais tradicional, de mão de obra intensiva degradou-se, criou desemprego estrutural, e generalizou-se o encerramento e deslocalizações de empresas, desenvolvendo assim um enorme desiquilibrio na balança de pagamentos. Perante a cegueira dos decidores portugueses e europeus, nada se fez. Começamos a concorrer com países sem direitos sociais, a mesma coisa que colocar um fiat numa corrida de formula 1. O euro trouxe uma moeda de país desenvolvido, que na sua luta inglória contra o dolar como moeda de reserva mundial, pretendia-se forte e credível. Com fraco crescimento, um sector industrial anémico, longe do potencial económico, a crise de 2007/2008 devastou finalmente a periclitante economia portuguesa, que associada a desmandos de décadas, de caráter financeiro, e burlas como as parcerias públicas e privadas, BPN, entre outras, o enquadramento de algumas empresas do sector empresarial do estado na esfera do orçamento, exigiu e exige um esforço orçamental repentino díficil ou impossível de contrariar no curto prazo. Perante este cenário, com a impossibilidade de financiamento a taxas de juro comportáveis nos mercados internacionais, parasitado por instituições do sector financeiro mundial, com a insidiosa conivência das agências de notação, Portugal afundou-se num acordo dito memorando, que é uma imposição unilateral. Com a mentira de que com a austeridade iremos ultrapassar o problema, com a desalavancagem ilusória da dívida, os resultados estão à vista: Mais desemprego, galopante e cada vez mais estrutural, crescimento da emigração, fenómenos de miséria e fome a acentuarem-se, deficiências nos serviços públicos essênciais como a saúde e educação, degradação da estrutura social em particular a classe média, a sofrer um espartilho fiscal, que a condena ao empobrecimento. Parece que com este governo miserável e o respectivo aparelho europeu, estas políticas são para continuar. Já se fala à sucapa, que o falhanço das novas metas orçamentais, mais medidas de austeridade se seguirão, emerge-se sobre a refundação do estado, cortando-lhe aparentemente em 4 mil milhões de euros. A troco de quê e para quê? A dívida representa já cerca de 20% do PIB. Temos que cortar com esta espiral demagógica, impraticável e desumana, típica de um regime ditatorial. Trazer de volta o ser humano ao centro do debate económico e por uma economia institucionalista e Keynesiana. Bom Ano!