sexta-feira, 4 de maio de 2012

Classes Sociais

Há cerca de 150 atrás Karl Marx enfatizou profundamente a dicotomia existente na sociedade do século 19. À nobreza e clero decadente e déspota despontava uma burguesia exploradora e cega. Criava-se o fosso entre entre os burgueses industriais e o proletariado que vendia a sua força de trabalho para sobreviver.

Na idade média, onde as trevas e o medo da religião afrontadora, alimentava nobrezas sedentas do sangue dos campesinos e um alto clero agarrado ao poder e demasiado comprometido com a hipócrisia do sistema vigente.

Hoje em dia a estratificação social é, na minha opinião, bem mais complexa do que Marx descreveu no século 19 e como observou-se na idade média.

A sociedade não se confina aos proletários e burgueses. Existem hoje em dia burgueses proletários e proletários burgueses.

No entanto emergiu de há uns anos a esta parte uma forte estratificação social na classe política.

É na classe política envolta das instituições chamadas partidos políticos que nascem e definham os agentes dessa estratificação. Assim penso que posso dividir a classe política em três classes distintas.

Os políticos de base
Os políticos médios
Os Políticos de topo.

Os políticos de base, empenhados e com aspirações de ascensão social via partido, labutam diariamente para conseguir algumas migalhas atiradas de cima. Geralmente não vivem da política, trabalham para viver, e nas horas vagas vão dando algum do seu tempo sempre à espera de uma porta para se abrir.
Geralmente estes políticos ficam posicionados em lugares não elegíveis para os parlamentos, e outros orgãos locais e nacionais, estão presentes simplesmente para fazer número, integram-se no jogo democrático, mas ficam sempre na rectaguarda.

Os políticos médios, já conseguiram um pouco mais de notoriedade, geralmente chegam a deputados municipais, vereadores, conseguem um cargo ou outro numa qualquer empresa municipal ou nacional. Se portarem bem podem almejar a subir de classe social, ou por vezes preferem jogar pelo seguro e ir ficando pela posição intermédia.

Os políticos de carreira, apadrinhados, ou orientados por barões partidários, organizando a sua vida orientando-se para chegar a altos cargos públicos, posicionam-se claramente na classe de políticos de topo.
Começam a delinear o percurso nas juventudes partidárias, associações estudantis de renome, ´vão tomando posição cada vez mais relevante. A vida real passa-lhes ao lado.
Chegam a cargos de deputados nacionais, ministros, secretários de estado, primeiro minsitro, banco de portugal, europa, enfim, espalham-se no conjunto de instituições que existem para servir o povo... e os políticos de topo.
Alguns encaram estar nesta classe social na política, com seriedade, honestidade e espiríto de missão pública.
Mas muitos deles, há um excelente livro que mostra claramente como 15 políticos portugueses enriqueceram depois de passarem na política de topo, usam a democracia, as instituições para manobrarem interesses, que numa sociedade de direito dariam em muitos casos cadeia.

Outros, no alto da sua ignorância simplesmente tornam ignóbil a sua função. Tal comprometidos com um sistema de castas, disfarçam mal a sua impreparação e compromisso.

O partido social democrata português deveria ser punido nacionalmente e internacionalmente por uso abusivo e indevido de nome. A SOCIAL DEMOCRACIA não é o que o PSD apregoa, aliás nunca foi, e agora muito menos. A SOCIAL DEMOCRACIA é algo muito sério muito diferente.